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5G e as Oportunidades Governamentais e Empresariais

Como as principais operadoras de telecomunicações estão desenvolvendo estratégias de ecossistema, nuvem e Inteligência Artificial para liderar na tecnologia 5G.

Ao contrário das gerações anteriores de tecnologia de rede que pavimentaram o caminho para inovações como smartphones e banda larga sem fio, as tremendas melhorias do 5G em termos de menor latência, velocidades de transmissão mais rápidas e capacidade de rede amplamente aumentada estão abrindo as portas para a transformação digital empresarial em grande escala. Para as operadoras, o 5G representa mais um ciclo de investimento – aquele em que a monetização exige apostas estratégicas em tecnologia, plataformas, modelos de negócios e parceiros. No entanto, com uma previsão de CAGR (Compound Annual Growth Rate, ou em português taxa de crescimento anual composta), de 11% para o mercado de serviços de valor agregado entre 2020 e 2030 em comparação com um CAGR de 0,75% para os serviços existentes atualmente, o 5G é considerado uma fonte líder de novas receitas para a indústria. As operadoras líderes estão usando seus pontos fortes e entendem que entregar soluções corporativas transformacionais envolve trabalhar em ecossistemas de capacidades complementares.

 

Mais que apenas um outro G

Os executivos entrevistados para este relatório argumentam que as oportunidades de mercado mais atraentes para 5G estão nos programas de digitalização empresarial e no setor público. Isso envolve o aproveitamento dos poderosos recursos do 5G em relação ao rendimento, mobilidade, confiabilidade, latência e volume de dados para hospedar e gerenciar um rico conjunto de aplicativos e funções de tecnologia em um conjunto explosivo de usos potenciais em setores como saúde, manufatura, construção e engenharia , mineração, agricultura, varejo, eventos e espaços públicos, transporte, cidades inteligentes e gestão de recursos. No entanto, fornecer esses recursos, especialmente em escala, requer uma enorme mudança para as operadoras em termos de cultura e habilidades, modelo de negócios, arquitetura e recursos técnicos.

“5G não é apenas outro G. Definitivamente não é ‘4G +1’. É a base para a nova economia em tempo real,” Alexander Brock, vice-presidente sênior de estratégia de tecnologia, inovação e parcerias na Rogers Communications

“5G não é apenas outro G. Definitivamente não é ‘4G +1’. É a base para a nova economia em tempo real,” disse Alexander Brock, vice-presidente sênior de estratégia de tecnologia, inovação e parcerias da Rogers Communications no Canadá. “Pela primeira vez, há novos recursos em redes sem fio que são verdadeiramente transformacionais, como de taxa de bits variável, latência diferencial sob demanda, capacidade de levar transações ao limite e aumentar serviços personalizados por meio de mecanismos como divisão de rede. É mais provável que eles vejam a luz do dia no mercado corporativo do que no consumidor, pelo menos inicialmente”. Os desafios nessa migração, diz Brock, são técnicos e também operacionais – considerando redes e sistemas de TI que eram amplamente homogêneos a outros totalmente personalizáveis.

 

Indo mais fundo nas cadeias de valor do cliente

Tornar-se um parceiro de transformação digital está levando as operadoras mais fundo do que nunca aos negócios de seus clientes – o digital e o físico. A área de solução ao cliente envolve explorar os requisitos e casos de uso do consumidor e, em seguida, aprender como é o ambiente operacional real. “Curiosamente, o segundo é muitas vezes mais difícil do que o primeiro”, diz Ryan van den Bergh, chefe de arquitetura de tecnologia da Vodacom na África do Sul, especialmente em ambientes de mineração que podem ser subterrâneos e ter vários obstáculos físicos ou tecnológicos.

Embora certo nível de alinhamento da indústria esteja surgindo organicamente nas divisões de negócios corporativos das operadoras, tornar-se muito focado em verticais neste momento pode ser limitante, diz Yoon Kim, diretor de tecnologia da SK Telecom. “Existem setores estratégicos nos quais queremos nos concentrar mais,” como saúde e manufatura, “mas não queremos ser limitados por um enfoque ‘vertical por vertical’”. O risco, diz ele, é perder as aplicações 5G com potencial e apelo mais amplo da indústria.

 

Parcerias e o ecossistema 5G

Abordar o número aparentemente infinito de oportunidades empresariais, com todas as complexidades de hardware e software, significa que as operadoras não podem trabalhar sozinhas. Uma característica central da mudança para 5G são as parcerias e ecossistemas que estão evoluindo para atender às metas exclusivas e complexas dos clientes para a transformação digital.

Esta é uma mudança significativa nas funções da maioria das operadoras. No passado, as equipes de vendas corporativas vendiam assinaturas de serviços de conectividade. Agora, diz Chau da SmarTone, “Essas equipes precisam entender toda a jornada do cliente e como atender a todos os seus requisitos de rede de comunicação e TI. Isso é bem diferente do que uma empresa de telecomunicação costumava ser”. Fazer isso sozinho não é mais uma opção, e o sucesso das operadoras na era 5G depende cada vez mais da força e do alcance de seus parceiros do ecossistema com quem estão trabalhando.

“Administrar este ecossistema [5G] é provavelmente o que requer mais reflexão e gerenciamento. Um dos maiores desafios é o grande número e variedade de solicitações de clientes que chegam. É empolgante, mas também estica a capacidade de qualquer operadora de gerenciar o volume”. Justin Shields, diretor de tecnologia, plataformas e soluções da Vodafone Business

Justin Shields, diretor de tecnologia, plataformas e soluções da Vodafone Business, cuja equipe está atualmente trabalhando em centenas de oportunidades empresariais, observa que a grande variedade de componentes dos serviços empresariais 5G exige que as operadoras trabalhem em um ecossistema. “Administrar esse ecossistema é provavelmente o que exige mais reflexão e gerenciamento. Um dos maiores desafios é o grande número e variedade de solicitações de clientes que chegam. É empolgante, mas também estica a capacidade de qualquer operadora de gerenciar o volume”. A complexidade das solicitações vem do fato de que atravessam vários dispositivos (com implicações de segurança), aplicações que muitas vezes são executadas no limite, processos de negócios e, além disso, muitos exigem gerenciamento de mudanças por parte do cliente.

 

Ficando à frente da complexidade operacional

Mesmo antes da era 5G, o gerenciamento da complexidade era um fator chave para tendências como automação e terceirização. O 5G e o aumento resultante na conectividade corporativa estão acelerando rapidamente essa tendência. Nem a rede nem as operações de TI podem ser gerenciadas sem automação quase total, dizem as principais operadoras.

“A automação está em toda parte; junto a IA, é fundamental para tudo o que fazemos, dada a escala e complexidade de nossa rede e operações”, disse Andre Fuetsch, presidente da AT&T Labs e diretor de tecnologia da AT&T. “A indústria está desenvolvendo ambientes de computação muito mais distribuídos – o núcleo do pacote móvel torna-se muito mais distribuído do que nas gerações anteriores. E quando você está lidando com tantas funções diferentes que você precisa gerenciar em uma escala maior e mais distribuída, você precisa ter a automação embutida”.

A automação forneceu agilidade para a AT&T escalonar com eficácia durante a pandemia de coronavírus. Em março de 2020, a grande mudança para o trabalho remoto levou a um aumento de 25% no volume de chamadas corporativas em redes WiFi domésticas. Uma crise de gerenciamento de tráfego foi evitada porque funções e componentes de rede automatizados conseguiram aumentar a capacidade funcionamento em questão de horas.

 

Conclusão

Apenas um ano depois de ter sido introduzido pela primeira vez (e muito dele dominado por uma pandemia global), a hesitação da indústria de telecomunicações em torno dos casos de uso em potencial e da estratégia de monetização para 5G está desaparecendo. Quer os clientes corporativos realmente precisem ou não de todos os recursos avançados do 5G agora, o hype em torno disso está abrindo a porta para uma colaboração mais profunda com os clientes, um lugar estratégico na mesa com parceiros do ecossistema e um caminho para decorrer valor da inovação. As conclusões do relatório são as seguintes:

  • A estratégia de serviço empresarial ocupará a maior parte de atenção do CIO. As questões de “onde ir” e “como” permanecerão críticas para CIOs de operadoras e chefes de negócios corporativos. Essas perguntas moldarão as decisões sobre quais parcerias formar, quais capacidades técnicas construir ou adquirir e como obter o máximo valor dos serviços corporativos. As operadoras devem decidir o quanto desejam se concentrar em soluções padrão versus soluções personalizadas e quanto conhecimento vertical ou conhecimento de desenvolvimento de aplicativos desejam acumular, além de depender de parceiros.
  • A nuvem é a plataforma para 5G. As operadoras com grandes ambições para 5G têm uma estratégia de nuvem para a rede e TI. Na verdade, a facilidade de trabalhar em ambientes de nuvem das operadoras é um diferencial para empresas, desenvolvedores e outros participantes do ecossistema. No entanto, a combinação de tecnologias de nuvem está evoluindo continuamente, à medida que as operadoras buscam otimizar o equilíbrio entre nuvens públicas e privadas, aproveitando a melhor tecnologia disponível e, ao mesmo tempo, avaliando os custos e riscos. E um ambiente totalmente nativo em nuvem pode permanecer fora de alcance. Um desafio emergente será gerenciar diferentes componentes da nuvem e garantir uma experiência perfeita entre elas, para evitar a formação de silos novamente.
  • Alcance a simplicidade, prepare-se para a complexidade. Embora alguns desafios na jornada 5G sejam conhecidos, outros ainda estão para surgir. O impacto total nas operações ainda não é conhecido – o verdadeiro desafio de entregar SLAs de “cinco noves” ou a complexidade que surgirá por ter centenas de APIs. As principais operadoras veem a automação e a IA como centrais para o gerenciamento de operações de maneira eficiente, econômica e em escala. As operadoras devem refletir sobre os tipos de desafios que enfrentarão quando os serviços corporativos 5G realmente escalonarem e prepararem seu ambiente para esse futuro.

 

Esse conteúdo, patrocinado pela Ericsson, foi publicado anteriormente em inglês no site da MIT Technology Review.

 

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