Um estudo apresentado por pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, mostrou que a capacidade de falar dos robôs pode influenciar diretamente no quanto eles soam confiáveis para os seres humanos em situações nas quais a interação com as máquinas pode ser inevitável.
Os cientistas defendem que, quando um robô humanoide consegue se expressar por meio da fala, as pessoas tendem a não perceber defeitos ou outras imperfeições presentes nos sistemas cibernéticos. Isso mostra que o simples fato de “conversar” com os robôs pode diminuir a rejeição a eles.
“Nós começamos a refletir sobre a possibilidade de que a capacidade de falar de um robô humanoide — que pode ser percebida como inteligência — influencia no quanto um usuário humano confia em uma máquina, mascarando seu comportamento defeituoso”, disse Amandus Krantz, PhD em robótica, durante entrevista ao site TechXplore.
Aumento de confiança
Durante os testes feitos em laboratório, os pesquisadores concluíram que, quando um robô não falava, as pessoas tendiam a confiar menos nele, percebendo qualquer tipo de comportamento defeituoso em seus sistemas, independentemente do nível de interação entre eles.
Segundo os cientistas, esses testes provam que a capacidade de falar torna os robôs mais confiáveis para as pessoas, principalmente quando seres humanos e robôs precisam dividir o mesmo espaço ou interagir em ambientes como shoppings, aeroportos e até mesmo hospitais.
“Nosso experimento online contou com a participação de 227 voluntários. Quando analisamos as respostas das pessoas, descobrimos que, em geral, os robôs sem falhas eram os mais confiáveis. No entanto, quando um bot defeituoso falava, os participantes disseram confiar nele tanto quanto em robôs não defeituosos”, acrescentou Krantz.
O poder da fala
Os pesquisadores afirmam, ainda, que esses resultados podem ajudar no desenvolvimento de robôs capazes de interagir com seres humanos de maneira mais natural, reduzindo os índices de rejeição que dificultam a implantação de máquinas inteligentes no convívio das pessoas.
No futuro, é possível que essas descobertas sejam fundamentais para que engenheiros e desenvolvedores de softwares mantenham o foco nos sistemas de fala dos robôs, permitindo assim que a capacidade de conversar aumente a confiança dos humanos em seus colegas robóticos.
“Agora nós estamos planejando uma série de estudos que investigam como a confiança pode ser afetada por outros aspectos físicos em um robô humanoide — como o olhar ou a dilatação e contrição de pupila — para avaliar como essa interação pode ser aprimorada no mundo real”, completou Amandus Krantz.
Via: Canaltech
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