Page 16 - CATÁLOGO MONUMENTOS HISTÓRICOS
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PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO
SUPERINTENDÊNCIA DO CENTRO CULTURAL SUPERINTENDÊNCIA DO CENTRO CULTURAL
DE INFORMAÇÕES E DADOS DE CAMPOS DE INFORMAÇÕES E DADOS DE CAMPOS
DE CAMPOS DOS GOYTACAZES DE CAMPOS DOS GOYTACAZES
JOSÉ CARLOS
DO PATROCÍNIO
José do Patrocínio nasceu em Campos dos Goytacazes em 09 de outubro de 1853
e faleceu em 30 de janeiro de 1905. Foi um escritor e jornalista, com forte ideário
abolicionista e republicano. Enfrentou grandes dificuldades devido à sua origem
social, pois era mulato, filho de uma escrava alforriada e de um padre. Seu pai não
reconheceu sua paternidade, mas o levou para sua fazenda, onde pode ter o filho
sob seus cuidados. Assim, durante a infância, Patrocínio observou os duros castigos
impostos aos povos escravizados.
Aos 14 anos, José do Patrocínio foi morar no Rio de Janeiro e trabalhou como
ajudante de pedreiro na Santa Casa de Misericórdia. Aos 18 anos escreveu um poe-
ma para o Jornal A República, dando início à sua luta ativa pela abolição do regime
escravista e pelo fim do Império no Brasil (1840-1889). Mais tarde se formou em
Farmácia, mas não chegou a atuar na área.
Após se formar, Patrocínio foi acolhido na casa do capitão Emiliano Rosa Sena em
troca de dar aulas particulares para seus filhos. Conheceu Bibi, uma das filhas do
capitão, vindo a se casar com a moça em 1881.
Participou do Clube Republicano, cujo objetivo era derrubar a monarquia. Em
1875 fundou Os Ferrões, uma publicação polêmica, e anos mais tarde foi redator
do Jornal Gazeta de Notícias, onde iniciou sua campanha abolicionista ao lado de
Joaquim Nabuco. Em 1881 comprou o Jornal Gazeta da Tarde, com dinheiro em-
prestado do sogro, se engajando exclusivamente na luta contra a escravidão.
Ajudou também muitos negros a fugir ou a comprar a alforria. Foi eleito vereador
da Câmara do Rio de janeiro em 1886. Nos primeiros anos de República (1889), lan-
çou um manifesto contra o militar Floriano Peixoto, o que lhe rendeu o fechamento
de seu Jornal A Cidade do Rio e seu confinamento no Amazonas, porém quando de
volta ao Rio de Janeiro apoiou uma revolta armada contra Floriano Peixoto, sendo
novamente perseguido. Durante o governo Prudente de Morais, reabriu o jornal não
se confrontado mais contra a situação política do país.