As linguagens de programação mais populares para desenvolvimento em nuvem

Aplicações em nuvem estão cada vez mais se popularizando, e com isso o mercado começa a procurar desenvolvedores que sejam capazes de criar soluções nesses ambientes de forma eficaz e, como em qualquer competência em criação de softwares, algumas linguagens de programação acabam se destacando em relação a outras.

Para o primeiro trimestre de 2022, o principal destaque de linguagens de programação para o desenvolvimento de aplicações em nuvem ficou com o Java, segundo a pesquisa State of Developer Nation da Slashdata referente ao período — que também conta com informações com as tecnologias mais populares e os códigos mais adorados pelos programadores em geral.


As linguagens de programação citadas no relatório da SlashData. As competências que elas se destacam podem ser conferidas nas colunas ao lado (Imagem: Reprodução/SlashData)

No desenvolvimento para nuvem, em específico, a pesquisa conta também com as três linguagens menos populares para essa competência, com a liderança, nesse caso, ficando com o C e C++.

Confira as listagens a seguir:

Linguagens mais populares para desenvolvimento em nuvem:

  • Java
  • PHP
  • GO

Códigos menos populares para desenvolvimento em nuvem:

  • C/C++
  • Visual Development Tools
  • Swift

A popularidade da linguagem de programação Java para desenvolvimento em nuvem


Com seus 30 anos de história, o Java continua sendo uma importante linguagem de programação em diversas frentes (Imagem: Reprodução/Java)

A liderança do Java em desenvolvimento de nuvem é um resultado da versatilidade da linguagem de programação, que além dessa frente, também é utilizada em criação de soluções para Android, sites, e até mesmo em games.

Além disso, a estrutura do Java é convidativa, apresentando uma curva de aprendizado simples que atrai desenvolvedores. Ela também não conta com especificações para plataformas, permitindo que suas capacidades possam ser facilmente migradas entre diferentes sistemas — o que, para soluções em nuvem, muitas vezes criadas com vários sistemas em mente, acaba sendo um grande atrativo.

Para os interessados em melhor entender como o Java pode ser utilizado nessa frente, existem inúmeras documentações, como do Google Cloud, que explicam como utilizar a linguagem de programação em conjunto com as capacidades de nuvem — facilitando o acesso à informação e aprendizado dessa competência.

 

Fonte: Canaltech

Android 13 terá novo formato de sistema de arquivos para economizar espaço

O Android 13 pode impor um novo e importante requisito para os fabricantes de celulares: um sistema de arquivos para reduzir o espaço ocupado e otimizar o armazenamento perdido. O EROFS, da Huawei, deve tornar-se o padrão para aprimorar partições “somente leitura” que precisam acessar os serviços do Google e da Play Store.

Como é algo que dependerá de requisitos de hardware, a expectativa é de gradual mudança nos aparelhos lançados com o Android 13 ou posteriores. Espera-se que a troca reflita em outros aspectos como downloads de atualização mais rápidos e aproveitamento total dos discos.

A mudança foi detectada pelo especialista Mishaal Rahman, editor do Esper, graças à análise de fragmentos de códigos no novo sistema. Além disso, um evento futuro do Google está programado para falar sobre armazenamento, o que dá mais indícios de veracidade ao relato.

Em geral, os desenvolvedores do Android costumam manter questões de licenciamento em segredo, mas algumas mudanças técnicas deixam traços no sistema operacional. Como os programadores já estão com as mãos no Android 13 há algum tempo, é natural que muitas coisas acabem sendo pescadas por um ou outro.

EXT4 x EROFS

Sistemas de arquivos são áreas complexas dos aparelhos, porque exigem programação avançada para suportar diferentes tipos de mídia de armazenamento, bem como constantes otimizações para entregar o desempenho esperado. Basta analisar a diferença entre os HDs antigos de computador para os pendrives e as memórias flash atuais — cada qual com seus vantagens e desvantagens que precisam ser contornadas.

A maioria dos telefones Android atualmente usa o formato EXT4, mas o modelo não suporta compactação como outros mais recentes. Em nível técnico, ainda é cedo para entender como o EROFS vai funcionar, mas dá para ter boas esperanças no uso daquelas partições ocultas, somente leitura e sem a necessidade de modificação contínua.

Já as desvantagens reais só devem surgir conforme os desafios futuros enfrentados por quem programa jogos e softwares. Fornecedores como OPPO e Xiaomi já adotaram o padrão e mais empresas devem seguir o ritmo, ainda mais se o Google oficializar o suporte total do Android 13.

Segundo Rahman, o Pixel 7 deve ser um dos primeiros modelos ocidentais a atender ao requisito. O novo sistema operacional do Google deve chegar em definitivo apenas no final de 2022, mas ainda há um belo caminho para ser percorrido com versões betas e experimentos.

 

Fonte: Canaltech

15 anos do Street View: Google Maps é atualizado com “viagem no tempo” no app

Nessa terça (24), o Street View do Google Maps completou 15 anos. O projeto, primeiramente pensado como uma “ideia inalcançável” do cofundador do Google, Larry Page, atualmente acumula mais de 220 bilhões de visualizações, espalhadas em cerca de 100 países e territórios. Para celebrar a virada, foi anunciada uma importante atualização para a câmera das fotos panorâmicas e uma renovação da interface do app para “viajar no tempo”.

Nova câmera do Google Maps

“Das costas de um camelo no deserto da Arábia, a uma moto de neve percorrendo o ártico, fomos criativos com as maneiras como usamos as câmeras do Street View para captar imagens”, iniciou o Google. Para tornar as capturas panorâmicas ainda mais versáteis, a empresa apresentou a nova câmera que deve acompanhar googlers por vários cantos do mundo.

Foto: Reprodução/Google

Ela tem o tamanho de uma “caixa de transporte para gatos”, pesa cerca de 7 kg e pode ser customizada com mais facilidade, graças a sua construção modular. A ideia é ter um equipamento preparado para encarar terrenos mais complexos, como áreas não mapeadas de florestas e trilhas, enquanto a montagem em veículos requer menos estrutura.

“Nossa nova câmera pode ser acoplada a qualquer veículo com rack de teto e operada diretamente de um celular — sem a necessidade de um carro especializado ou equipamento de processamento complexo”, explicou o Google.

“Viagem no tempo” pelo celular

O acesso a capturas de um mesmo espaço, mas em anos anteriores, enfim chegou ao Maps para Android e iOS. No celular, agora é possível fazer uma verdadeira “viagem no tempo” para conferir as mudanças de um endereço ao longo dos anos.

Naturalmente, a passagem do tempo só pode ser conferida quando há registros disponíveis no Google — o que nem sempre acontece, especialmente em cidades pequenas. Contudo, quando a empresa mantém registros recorrentes de um endereço, é possível conferir a paisagem mudando, prédios em construção e outras alterações importantes que, no dia a dia, podem passar despercebidas.

Ao visitar um local com diferentes registros, o Maps oferecerá um botão “Ver mais datas”, em que serão dispostas as outras ocasiões em que aquele ambiente foi fotografado. Essa função já existe na versão web do Google Maps, acessível pelo navegador para PC. No celular, a novidade deve ser distribuída por meio de uma atualização.

Street View Studio

Para tornar os registros do Street View ainda mais ricos, o Google apresentou o Street View Studio, uma ferramenta que possibilita que usuários publiquem conjuntos de fotos que compõem uma paisagem como uma única imagem panorâmica em 360°.

 

Fonte: Canaltech

Windows 11 permitirá restaurar apps rapidamente ao trocar de PC

Durante a conferência Build 2022, a Microsoft anunciou mais novidades para o ecossistema da empresa e também do Windows. De acordo com a companhia, uma nova função permitirá restaurar os aplicativos de um computador para outro de forma mais prática e está atrelada à Microsoft Store no Windows 11.

A nova função de restaurar aplicativos de um computador para outro, durante uma troca, por exemplo, entrará em fase de testes com usuários do programa Windows Insider. “Para tornar mais fácil aos consumidores a transição para novos PCs de forma rápida e prática, vamos testar em breve um novo recurso nos canais do Windows Insider”, diz a empresa.

Nesse caso, os usuários que optarem por utilizar o recurso precisarão, previamente, ter baixado os aplicativos da loja oficial. Atualmente, o Windows apenas permite “restaurar” os aplicativos caso o usuário refaça todos os downloads manualmente em seu computador.

“Isso também vai ajudar desenvolvedores a reterem seus consumidores sem precisar lembrá-los de refazer o download de seus aplicativos”, informa a Microsoft.

O lado “negativo”

Apesar de a novidade oferecer um impacto positivo, a Microsoft também precisará ter um trabalho mais próximo dos desenvolvedores. Isso porque muitos aplicativos ainda não estão disponíveis oficialmente na Microsoft Store, o que ainda os deixa de fora dessa restauração simplificada por meio da loja.

A nova função de restaurar apps no Windows 11 estará disponível na aba “Minha Biblioteca” da loja. Para utilizá-la, os usuários também precisarão vincular uma conta da Microsoft.

Ainda no anúncio, a Microsoft revelou que os desenvolvedores poderão enviar aplicativos Win32 sem precisar passar por uma lista de espera antes da aprovação, o que deve surtir impactos principalmente para desenvolvedores independentes.

 

Fonte: TecMundo

CIDAC e IFF Campos apresentam SUAP às Secretarias da Prefeitura

Por: Letícia Nascimento

O SUAP é o Sistema Unificado de Administração Pública, que visa a gestão integrada de processos administrativos.

O Centro de Informações e Dados de Campos (CIDAC) e o Instituto Federal Fluminense (IFF Campos) reuniram nesta terça-feira (24) representantes das Secretarias da Prefeitura de Campos para apresentar o Sistema Unificado de Administração Pública (SUAP), que começou a ser implementado na Prefeitura a partir de hoje. Participaram desta apresentação o Secretário de Administração, Wainer Teixeira, e o subsecretário Frederico Paes; o subsecretário do CIDAC, José Vicente Alves; o reitor do IFF Campos, Jefferson Manhães; e o Administrador do IFF Campos, Fernando Nunes.

De acordo com Jefferson Manhães, o CIDAC será fundamental neste processo de adaptação da prefeitura ao novo sistema. “Esse sistema dará certo porque existe o CIDAC, que irá fazer os ajustes para que o SUAP se adapte às necessidades da Prefeitura”, disse.

Na proposta do projeto de implementação deste sistema, Fernando Nunes citou alguns benefícios que já são percebidos no IFF através do uso do SUAP. Foram mencionados por ele benefícios como organização e padronização dos processos administrativos; agilidade, produtividade e transparência; maior compartilhamento das informações; comunicação dos atos administrativos em tempo real; e redução de custos.

O SUAP será implementado na Prefeitura de Campos de forma gradativa e, segundo o Subsecretário do CIDAC, o sistema se mantém em atualização. “O sistema está sendo modificado constantemente e estão sendo acrescentadas novas funções”, disse José Vicente, que esclareceu também que 250 pessoas das Secretarias serão escolhidas para começarem os treinamentos.

Para o Secretário de Administração, a nova ferramenta será muito positiva para a Prefeitura de Campos. “Estamos muito confiantes com esse sistema e acreditamos que ele está chegando para facilitar o nosso trabalho”, disse Wainer.

1 em cada 4 brasileiros está sendo espionado por app em celular

Uma pesquisa divulgada pela desenvolvedora de softwares de segurança Kaspersky afirma que “um em cada quatro brasileiros já foi ou está sofrendo um monitoramento abusivo por meio da tecnologia”. De acordo com os pesquisadores, a instalação de um app espião no celular tem sido a forma mais comum de perseguição digital.

O estudo “Stalking online em relacionamentos” revela que esse tipo de programa, muitas vezes baixado da internet com riscos de malware, é geralmente instalado no aparelho da vítima que o stalker quer seguir, sem que ela saiba sequer do que se trata. As entrevistas feitas mostraram que 70% dos brasileiros não sabem o que é stalkerware ou spouseware, muito menos da existência de softwares espiões.


Foto: Reprodução 

Como os stalkerwares funcionam no Brasil?

Stalkerwares especializados são capazes de rastrear, e informar online, os movimentos de qualquer pessoa via GPS, monitorar atividades nas redes sociais, ligações telefônicas, fotos e qualquer material transmitido ou recebido via celular. A coisa é tão séria no Brasil que até ensejou uma lei – a 14.132/21 – alterando o Código Penal para prever o crime de perseguição.

Embora a lei tenha sido aprovada em um contexto de combate à violência doméstica contra mulheres, os resultados da versão brasileira do estudo da Kaspersky mostraram que, em nosso país, dos 30% que afirmaram conhecer stalkerware ou spouseware, 32% eram homens e 29%, mulheres. Segundo especialistas, o cyberstalking é uma forma de violência, da mesma forma que a física, a psicológica e a financeira, constituindo uma forma de agressão.

A pesquisa “Stalking online em relacionamentos” foi realizada em setembro de 2021 pela empresa londrina Sapio de forma online. Foram feitas globalmente 21 mil entrevistas em 21 países, inclusive o Brasil. A realização, tabulação e divulgação marca o segundo aniversários da entidade Coalizão Contra Stalkerware, da qual a Kaspersky é cofundadora.

 

Fonte: TecMundo

TikTok faz testes para impulsionar jogos no aplicativo

O TikTok está de olho no mercado de games. Jogos para o aplicativo já estariam em teste no Vietnã e a ideia seria expandir a novidade para o mundo todo em breve.

Segundo a Reuters, um representante da empresa teria confirmado os experimentos de minijogos HTML5, dizendo que a companhia está “sempre procurando maneiras de enriquecer a plataforma e testar regularmente novos recursos e integrações que agregam valor à comunidade”.

As fontes indicam que o plano é para jogos suportados por anúncios que se baseiam na biblioteca de sua empresa-mãe, a chinesa ByteDance, o que poderia aumentar a receita e a quantidade de tempo que as pessoas passam no aplicativo.

O TikTok já experimentou pelo menos um minijogo, unindo-se à Feeding America para criar o Garden of Good, uma experiência semelhante ao FarmVille, onde os jogadores podem ganhar pontos e usá-los para fazer uma doação.

Também anunciou uma parceria com o desenvolvedor do FarmVille Zynga no final do ano passado para fazer o Disco Loco 3D, um corredor sem fim baseado em HTML5 que poderia funcionar dentro do aplicativo.

TikTok quer adicionar interatividade ao streaming de jogos

O TikTok também testou um software de streaming para jogos com o Live Studio para PCs e permitiu que certos criadores adicionassem mais interatividade incluindo miniaplicativos em vídeos. Entretanto, esse pode ser apenas o começo para as ambições do TikTok no universo dos games.

Um relatório aponta que o TikTok está trabalhando em vários recursos para transmissão ao vivo. Eles incluem jogos para ajudar os streamers a se envolverem com o público, incluindo um game do tipo Pictionary. A experiência de presente de “caixa do tesouro” distribui moedas para espectadores aleatórios após um determinado período de tempo. Há ainda em teste uma opção de compra, que permite que os espectadores naveguem pelos produtos de uma transmissão ao vivo.

O predecessor chinês da plataforma de vídeos curtos, o Douyin, já oferece jogos, e outras empresas, como Facebook e Netflix, recentemente investiram em games para dispositivos móveis.

 

Fonte: Olhar Digital

Prefeitura de Campos, através do CIDAC, participa de treinamento em Tecnologia e Inovação para Cidades Sustentáveis

Buscando trazer mais conhecimento e inovação para a Prefeitura de Campos, a Secretaria de Administração e Recursos Humanos, através do CIDAC, está participando do Treinamento Cidades Sustentáveis, organizado pela MundoGEO. O evento está acontecendo desde essa terça-feira (17) e irá durar até amanhã (19), em São Paulo.

A edição deste ano do MundoGEO está oferecendo uma feira de tecnologia e seminários, tendo como foco proporcionar as melhores soluções de coleta da realidade (através de satélites, aviões, drones e estações terrestres fixas e móveis), processamento de imagens usando inteligência artificial e visualização e análise das informações usando os recursos 3D como Realidade Virtual (RV), Realidade Aumentada (RA) e gêmeos digitais.

Além das novas tecnologias apresentadas na feira de exposições, o evento também proporciona diversos cursos, como por exemplo Cidades Inteligentes, Cidades Sustentáveis, Tecnologia na área de Mobilidade Urbana e Tecnologia de Internet no Campo.

Cidac apoia outras Secretarias em conectividade para eventos externos

Com o objetivo de apoiar os eventos externos das Secretarias e Órgãos Públicos da Administração direta e indireta, o Cidac possui um serviço de instalação temporária de link externo com a capacidade de atender a conexões cabeadas e por tecnologia wi-fi.

Este serviço proporciona infraestrutura para eventos como a Semana do MEI, que está acontecendo no calçadão, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo. Na Semana do MEI, estão disponíveis atendimentos ao MEI, equipe de alvará, equipe de qualificação e emprego; além de artesãs da economia solidária expondo seus produtos.

Para oferecer ainda mais suporte aos microempreendedores individuais, estão presentes nessa ação o SEBRAE e o FUNDECAM. A Semana do MEI acontecerá de hoje (17) até quinta-feira (19), das 9h às 17h.

IBGE captará pela primeira vez as coordenadas de todos os domicílios

A captação das coordenadas, iniciada pelo IBGE no Censo Agropecuário 2007 para os endereços rurais, será estendida a todos os domicílios urbanos brasileiros no Censo Demográfico 2022. A expectativa é capturar coordenadas para mais de 75 milhões de endereços. Num primeiro momento, a captação das coordenadas servirá para o monitoramento em tempo real do trabalho dos recenseadores e a gestão da coleta. Mas beneficiará uma série de pesquisas do IBGE e trará retornos para toda a sociedade. As coordenadas serão associadas apenas ao endereço, preservando o sigilo estatístico.

Para garantir a qualidade dos dados coletados, o IBGE organizou, no dia 27 de abril, o seminário online A importância das Coordenadas Geográficas Coletadas no Censo, em que os técnicos orientaram as equipes de coleta sobre as formas corretas de captação das coordenadas, e tiraram dúvidas. Mediado pela assessora da Diretoria de Geociências, Miriam da Silva Barbuda, o seminário foi apresentado por Alex Santos, da coordenação de Geodésia e Cartografia, e Eduardo Baptista, da Coordenação Operacional dos Censos (COC), e reuniu mais de 700 pessoas.

“O IBGE foi pioneiro na captação de coordenadas de endereços já no Censo Agro 2007 – o primeiro a usar equipamentos de coleta – e no Censo Demográfico 2010. Nestas duas operações, foram capturadas coordenadas apenas para as áreas rurais, assim como no Censo Agro 2017. No Censo Demográfico 2022, será a primeira vez que o IBGE vai captar também as coordenadas dos domicílios urbanos. Para a produção de estatísticas, o benefício de ter a informação georrefenciada no nível mais detalhado é poder fazer agregações de dados nos mais diversos recortes geográficos”, explicou o diretor de Geociências do IBGE, Cláudio Stenner.

Stenner acrescentou que será viável, por exemplo, separar melhor as informações de uma bacia hidrográfica ou de áreas de risco de deslizamento e inundações, como no projeto que está sendo conduzido com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Ele destacou, ainda, que a iniciativa atende a uma recomendação da Divisão de Estatística das Nações Unidas, que tem documentos preconizando a forma como deve ser feita a integração das informações geográficas e estatísticas. Uma das recomendações é o georreferenciamento no nível mais detalhado possível, incluindo a coordenada dos endereços, justamente para permitir os diversos usos estatísticos.

As coordenadas também são importantes para melhorar a qualidade da coleta, com uma visão mais ampla da cobertura da operação censitária no território. Assim é possível, se necessário, tomar ações para garantir a cobertura total. A captura das coordenadas será em tempo real. Vale destacar também os cuidados com o sigilo.

“Em hipótese nenhuma, o IBGE divulga os dados individualizados de cada domicílio associado ao ponto de coordenada. A coordenada serve para gerar outras estatísticas agregadas, mas nunca para divulgar qualquer informação associada a cada uma delas – nome dos moradores, renda, quantas pessoas moram no domicílio, etc. O ganho para a sociedade é ter um melhor conhecimento do território. Vamos definir, de acordo com critérios que respeitam o sigilo estatístico, outros recortes territoriais urbanos e rurais para divulgar dados que permitem identificar, por exemplo, a população em idade escolar que está distante das escolas, mas sem individualizar o informante”, reforçou o diretor de Geociências.

Captação das coordenadas dos trajetos dos recenseadores

Além dos domicílios, serão captadas as coordenadas dos trajetos percorridos pelos recenseadores, o que também servirá para monitorar a operação censitária. Se eventualmente ele não percorreu uma parte de sua área de trabalho (o setor censitário), as equipes de supervisão têm condições de saber, em tempo real, avaliar e tomar medidas para que a área seja recenseada.

“Depois da coleta, poderemos produzir uma espécie de mapeamento dos caminhos do território, especialmente nas áreas rurais, o que ajuda no mapeamento do país. O grande ganho da captação das coordenadas é ter, pela primeira vez, a localização mais exata de todos os domicílios do país, o que vai permitir criar dados estatísticos com recortes geográficos com mais liberdade, para aplicações de políticas públicas de governos e decisão de investimentos. No Brasil, só o IBGE terá esse dado”, sinalizou Stenner.

A geolocalização é importante para a segurança do recenseador em áreas rurais

O coordenador do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), Wolney Cogoy de Menezes, observa que a captação das coordenadas tem utilidade tanto para o recenseador que está na rua quanto para as equipes que fazem o acompanhamento do trabalho de campo. Para o recenseador, a vantagem é poder ver, a qualquer momento, sua localização precisa. É claro que isso é menos crítico nas áreas urbanas; mas, na área rural, saber onde está é algo muito importante para o trabalho e para sua própria segurança, já que percorre áreas muito remotas. Menezes explicou que a maneira de percorrer um setor censitário não pode ser feita de forma aleatória, pois, seguramente, o recenseador pode deixar de entrevistar alguém. Por isso, é importante a captação dos trajetos também.

“O tracking é fundamentalmente uma informação de acompanhamento para os gestores saberem que o recenseador está fazendo o trabalho de forma ordenada. Eles são orientados a visitar um setor seguindo uma série de regras, como as formas de se percorrer uma quadra. Além disso, outros profissionais, os supervisores, também vão a campo para fazer seu trabalho. Na área rural, o tracking acaba sendo um excelente indicador de rotas de onde é possível andar”, diz Menezes.

Sobre a captura das coordenadas, ela é feita no momento em que o recenseador visita os domicílios para a realização da entrevista. No instante em que o recenseador confirma um endereço, obtém uma coordenada. Se no endereço houver um domicílio, será feita a entrevista, que deve ser realizada na entrada do domicílio ou, se convidado pelo morador, dentro do domicílio. “As coordenadas são os dados mais solicitados por nossos usuários”, esclareceu o coordenador do CNEFE.


A expectativa é capturar coordenadas para mais de 75 milhões de endereços – Imagem: Acervo IBGE

Aplicativo adverte recenseador que capta coordenada de domicílio fora do setor

A captação da coordenada é feita em três momentos: na confirmação do endereço; na chegada ao domicílio na primeira visita e no retorno, sempre que ele não encontra o morador na primeira vez; e no momento da entrevista. O recenseador pode voltar ao endereço até três vezes; e, a cada uma delas, é captada a coordenada e comparada com a coordenada inicial de confirmação do endereço, para certificar de que ele teve todo um esforço na tentativa de obter a entrevista.

“Na área rural, normalmente é mais difícil identificar os limites entre os setores censitários, há o risco de o recenseador realizar entrevistas em domicílios que estão fora de sua área de trabalho, o que chamamos de invasão. A captação da coordenada também serve para isso. Toda vez que o recenseador faz uma entrevista de um domicílio fora do limite de seu setor, recebe uma advertência do aplicativo, e o supervisor é avisado, resolvendo o problema a tempo”, explica Menezes.

Dentro do DMC, há um chip capaz de captar o sinal do GPS (Global Positioning Satellite – sistema que utiliza satélites para localizar onde o receptor do sinal está naquele momento), calcular e devolver a informação da coordenada, que é incorporada dentro do aplicativo e passa por vários processos, como a comparação com as coordenadas dos limites do setor. Após registrada no DMC, a coordenada é enviada para o sistema central no Rio de Janeiro junto com o questionário no momento da transmissão.

“Então há um longo caminho até chegar ao Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), repositório de endereços de abrangência nacional mantido pelo IBGE. A coordenada vai para um banco de dados que recebe as informações em produção; em seguida, vai para o banco de dados do Censo, onde será criado o novo CNEFE. Como vamos atualizar todos os endereços do Brasil, o atual CNEFE será substituído com base no que o recenseador vai coletar. Vale destacar que a coordenada é associada ao endereço, e todo o tratamento e uso dela serão sempre anonimizados em relação ao morador. O CNEFE não tem outro dado do morador e o banco do questionário tem apenas o setor”, esclareceu o coordenador do CNEFE.

As coordenadas vão ser úteis também para outras pesquisas, como a PNAD Contínua, e para a atualização dos setores censitários. As prefeituras menores poderão aproveitar os cadastros do IBGE para melhorar suas informações.

“O IBGE vai divulgar os cadastros de endereços e algumas características como a sua espécie (se é prédio, residência, comércio), que são informações públicas disponíveis em outras bases de dados, como o Google Street View. O que torna a nossa informação valiosa é que ela será abrangente, padronizada e pública. Até hoje, todos os dados do Censo tiveram como base o setor censitário. A partir da captação das coordenadas, respeitado o sigilo estatístico, estaremos livres para estabelecer áreas para entender e divulgar. Por exemplo, uma área como a Avenida Atlântica (RJ) contempla vários setores; com as coordenadas, poderemos ter um retrato da região”, resumiu Menezes.

Escolas e postos de saúde próximos aos locais onde existe população, poderão ter suas coordenadas captadas

“Esse tipo de granularidade do georreferenciamento é o sonho dos registros administrativos. Nenhuma outra instituição tem os dados georreferenciados que serão coletados. Independentemente da tecnologia, o instituto já faz uma revolução percorrendo todo o território. Em 2017, quando o IBGE realizou o Censo Agro, 21 mil recenseadores percorreram, pela primeira vez, com a captura de coordenadas por sistema GNSS (popularmente conhecido como GPS) o tempo todo habilitada no dispositivo móvel de coleta. Isso permitiu que fizéssemos um mapa do trajeto de todos os recenseadores. Esse não era o objetivo inicial, e sim, um processamento posterior que gerou um mapa nacional de estradas vicinais que não existia”, ressaltou o coordenador de Geodésia e Cartografia do IBGE, Marcelo Maranhão.

Maranhão acrescentou que além de todos os domicílios, outras instalações de interesse poderão ter suas coordenadas coletadas. O grande ganho é que esses dados poderão ser visualizados e espacializados em mapas. O IBGE é responsável pela cartografia do país e esses dados vão aprimorar as bases cartográficas de referência e também os mapas ambientais.

“Essa é a oportunidade de, em uma pesquisa desse tamanho, ter acesso a toda informação; e a coordenada é um dado muito rico e vai aprimorar muito a informação que o IBGE presta para a sociedade: os mapas municipais para fins estatísticos, as bases cartográficas de referência e o mapeamento ambiental”, concluiu o coordenador de Geodésia e Cartografia.

Fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/33642-ibge-captara-pela-primeira-vez-as-coordenadas-de-todos-os-domicilios